24.6 C
Campo Grande
sábado, 14 de junho, 2025
spot_img

SES chama atenção para risco dos cigarros eletrônicos em jovens no Dia Mundial sem Tabaco

Com nicotina salinizada, dispositivos eletrônicos para fumar são preocupação crescente de saúde pública. Apesar da proibição, podem ser facilmente encontrados trazendo riscos à saúde

No Dia Mundial sem Tabaco, celebrado neste sábado (31), a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) chama a atenção para o aumento do uso dos cigarros eletrônicos, especialmente entre jovens. Muitas vezes vistos como inofensivos, esses dispositivos contêm nicotina sintética, sais diluídos e outras substâncias tóxicas que provocam dependência e podem causar doenças respiratórias, cardiovasculares e até câncer.

“Os cigarros eletrônicos se disseminaram entre adultos como uma opção ‘cheirosa’ aos cigarros convencionais e entre jovens como a ‘febre do momento’. O que a população precisa entender é que esses dispositivos não são inofensivos”, alerta Carla Tatiane Rodrigues Soares, gerente de Prevenção e Controle do Tabagismo da SES.

Matheus Moreira Pirolo, fiscal de Vigilância Sanitária e gerente de Apoio ao Sistema Estadual de Vigilância Sanitária, reforça que os cigarros eletrônicos, também chamados de pods ou vapes, podem causar graves danos ao pulmão, problemas cardiovasculares e aumentar o risco de câncer. “Seus efeitos são potencializados pelos sais de nicotina e outras substâncias sintéticas agressivas camufladas com sabor de frutas”, explica.

Embora a Anvisa proíba a comercialização, importação e propaganda desses produtos desde 2009, a venda ilegal ainda acontece com facilidade. Por isso, a SES reforça a importância da fiscalização e da informação contínua sobre os riscos do uso e sobre as terapias de cessação do tabagismo oferecidas pelo SUS.

Em 2023, foram apreendidas mais de 2.600 unidades de cigarros eletrônicos em Mato Grosso do Sul, e em 2024 as ações de fiscalização continuam em todo o estado. A SES também promove campanhas educativas em escolas da Rede Estadual de Ensino, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), além de orientar profissionais de saúde e incentivar ambientes escolares livres do uso desses dispositivos.

Entre as iniciativas, está o “Protocolo de 5 Ações”, lançado em maio de 2024, que orienta os municípios a enfrentarem a comercialização e o consumo de cigarros eletrônicos.

“Países como Estados Unidos, Inglaterra e Bélgica têm adotado medidas judiciais e legais cada vez mais restritivas para controlar a venda desses dispositivos e ampliar os espaços coletivos livres de nicotina”, destaca Matheus Pirolo.

Ele reforça que os consumidores têm direito a exigir que bares, restaurantes, casas noturnas e demais estabelecimentos mantenham ambientes fechados ou parcialmente fechados livres da fumaça tóxica do cigarro eletrônico.

Para quem deseja abandonar o vício da nicotina, seja do cigarro convencional, eletrônico ou outros fumígenos, Carla Tatiane orienta a buscar a unidade básica de saúde mais próxima para avaliação médica e o às terapias de cessação disponíveis no SUS.

A Coordenadoria Estadual de Vigilância Sanitária da SES lembra que a multa para quem comercializa, armazena, transporta, divulga ou permite a venda desses dispositivos pode chegar a R$ 30 mil, além da apreensão do produto e interdição do local por até 90 dias.

Denúncias sobre venda ilegal de cigarros eletrônicos podem ser feitas pelo telefone 0800 647 0031 ou pelo 136, da Vigilância Sanitária.

Fale com a Redação