Três representantes do governo de Mato Grosso do Sul que participam de uma missão oficial em Israel aram a última noite em alerta máximo diante da tensão provocada pela ofensiva israelense contra o Irã, iniciada na madrugada de sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. A comitiva está hospedada em um hotel na cidade portuária de Jaffa, que dispõe de um bunker por andar para situações de emergência.
A missão, que integra o Consórcio Brasil Central com o apoio da Embaixada de Israel no Brasil, conta com a participação de Christinne Maymone, secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES); Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da SES; e Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul.
Em entrevista, Christinne Maymone relatou que a comitiva está aguardando a reabertura do espaço aéreo para retornar ao Brasil com segurança. “Estamos seguindo todas as orientações. O Consórcio Brasil Central nos dá total apoio e o hotel é bem seguro”, afirmou.
Durante os ataques israelenses a instalações iranianas, os representantes sul-mato-grossenses ouviram sirenes de alerta e precisaram se abrigar em um bunker do hotel. “Permanecemos algum tempo no abrigo e depois retornamos aos quartos. Estamos todos bem e protegidos”, garantiu Christinne. Ela também destacou o e das embaixadas do Brasil e de Israel, bem como do Ministério das Relações Exteriores israelense.
A agenda da missão contempla diversas áreas, incluindo inovação, agricultura, tecnologia e saúde. Na área de saúde, os representantes visitaram hospitais de referência mundial e conheceram experiências em saúde digital.
Em nota, o Consórcio Brasil Central reforçou que a segurança da comitiva é prioridade absoluta e que todas as medidas estão sendo adotadas com prudência e atenção ao cenário internacional. O governo estadual também confirmou que os três representantes estão recebendo e das autoridades locais, e que a Embaixada do Brasil em Israel já foi acionada para garantir o retorno assim que as condições de segurança permitirem.
O contexto da missão é marcado por uma grave escalada de tensão entre Israel e Irã. Na noite de quinta-feira (12), Israel lançou ataques aéreos contra instalações militares e nucleares iranianas, incluindo alvos em Teerã, que resultaram na morte de 78 civis, segundo o governo iraniano. O Irã classificou o ataque como uma “declaração de guerra” e respondeu com disparos de drones contra território israelense, sem causar danos expressivos.
Autoridades internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), manifestaram preocupação com o risco de contaminação decorrente dos bombardeios em instalações nucleares. Enquanto o líder supremo do Irã prometeu uma “retaliação sem limites”, grupos aliados como Hezbollah e Houthis ainda não reagiram com ataques diretos.
Os Estados Unidos, aliados de Israel, reforçaram a presença militar na região e emitiram alertas ao Irã para evitar nova escalada, advertindo que próximos ataques poderão ser ainda mais severos. A atual crise representa um agravamento significativo do conflito, que vem se intensificando desde o ataque do Hamas em outubro de 2023.
O Itamaraty foi procurado para comentar as providências adotadas pelo governo brasileiro, mas até a publicação desta matéria não havia se manifestado.
O cenário segue em evolução, e a segurança da comitiva sul-mato-grossense é acompanhada de perto pelas autoridades brasileiras.